Sou Assim


É um pouco difícil falar de nós. A gente se expõe e não sabe o tipo de julgamento que vai provocar nas pessoas. Nem sempre o outro nos vê como a gente se vê. Tudo bem, é assim mesmo. A gente se divide entre o Eu e o Outro e, geralmente, os dois não estão de acordo. Então, aqui vai o que eu penso a respeito de mim mesma.

Sou organizada, mas nem tanto. Na verdade, minha organização está focada em certos aspectos, deixando muito a desejar em outros. E tenho mania de largar o que estou fazendo para começar outra coisa, que surgiu a partir da primeira. Tipo um spin off de tarefas.

Sou alegre, mas, às vezes, fico um pouco deprimida. Isso porque também tenho meus momentos, minhas decepções e dúvidas, arrependimentos e desejos. E como já aprendi a lidar com as frustrações, passo por cima de tudo e continuo sorrindo.

Sou boa, mas não boazinha. Tenho também um lado obscuro, selvagem, principalmente quando estou diante da mentira, do desrespeito e da injustiça. Eu me irrito um pouco com a falta de noção de alguns. Resultado: eu nunca agrido, mas, dependendo, não consigo deixar de reagir.

Sou tolerante, mas, nem sempre, paciente. Existem pessoas que tiram a gente do sério… Ou melhor, a gente se permite sair do sério por causa de certas pessoas. Como sei que sou assim, procuro me afastar, quando percebo que não vou dar conta de ficar quieta.

Sou amiga, porém, não gosto de apegos. Nada melhor do que a liberdade para expressar genuinamente o que sentimos. E, cá entre nós, ninguém precisa estar grudado para mostrar que gosta.

Sou carinhosa e nada ciumenta. Sou sensível, não piegas. Não sou muito de me emocionar com lágrimas. Não é frieza, não. Acho que está mais para percepção de alma. O que me emociona mesmo é sentir que as lágrimas partem do coração, ao invés de brotar apenas nos olhos.

Sou afetiva, mas não sentimental e muito pouco romântica. Ser objetiva faz parte da minha natureza. Isso não quer dizer que eu nunca ame ninguém. Eu amo, só que do meu jeito, dentro do meu limite, que pode parecer pequenininho para alguns, mas que, para mim, é muita coisa.

Sou bastante crítica comigo mesma. Perfeccionista, sabem? Reconheço as minhas virtudes, mas também os meus defeitos. Estou tentando modificá-los sem atropelos, juro. Algumas vezes consigo, outras, não. Mas nunca deixo de tentar.

Sou vaidosa como toda mulher, mas não sou de ostentação nem exibicionismo. Gosto de me sentir bem comigo mesma, independentemente da opinião alheia. Se eu sorrir ao me olhar no espelho, está tudo bem.

Sou orgulhosa das minhas conquistas, do caminho que escolhi na vida, do tanto que lutei para alcançar meus objetivos, das muitas renúncias que tive que fazer para conquistar meu lugar no mundo. E mais ainda me orgulho de ter conseguido tudo isso sem perder a dignidade, a empatia, a espontaneidade. Continuo sendo eu mesma.

Sou um pouco ingênua… Tá bom, meio idiota mesmo. Acredito em tudo que todo mundo fala. Daí que é muito fácil me enrolar. E o pior é que não aprendo. Estou sempre caindo na lábia de alguém. A menos que seja uma questão jurídica. Aí, não tenho nada de boba.

Sou bastante acessível a todo mundo. Gosto de ajudar, faço o que posso. Até abro mão de algumas coisas pelo outro, desde que não me agrida nem me machuque. Se for para me contrariar ou me fazer ficar mal, aí não faço, não. Ou só vou até um certo ponto.

Sou consciente dos meus limites. Respeito as pessoas como respeito a mim mesma. Procuro não as invadir nem lhes cobro nada. Ouço o que têm a dizer, sem julgar nem criticar. Não guardo rancor nem mágoa, perdoo com facilidade e peço perdão quando reconheço que pisei na bola.

Sou compreensiva, pois entendo que cada um faz o que pode e dá o que tem. As pessoas são diferentes, ou então, ficaríamos todos estagnados, pois são as diferenças que nos ensinam o quanto somos iguais. Sem preconceitos, né?

Sou muito família. Não no sentido de apego, de fazer questão de estar todo mundo junto. Eu, hein! Acho que cada um deve correr atrás da própria vida. Mas faço de tudo pela felicidade da minha família.

Sou altamente desligada e dispersiva. Me distraio com qualquer coisa, esqueço tudo, não me prendo a coisa alguma. Mudo de ideia a toda hora, deixo tudo pra depois, não sou de fazer planos nem tenho método. O que faço num dia, no outro, já é diferente. Mesmo assim, me considero uma pessoa inteligente e dou muito valor a isso.

Sou fácil de se lidar. Basta ser verdadeiro comigo. Sempre, em qualquer circunstância, por qualquer motivo. Não gosto de subterfúgios, daquela história de falar uma coisa querendo dizer outra. Quem fala a verdade, ainda que doa, consegue tudo de mim. E não sou dada a melindres, o que facilita muito.

Sou sincera, embora não seja intrometida. Só dou a minha opinião quando me perguntam. Falo o quero, sem agredir. Não gosto de magoar ninguém, mas como acho que a mentira magoa mais do que tudo, digo o que penso de forma amorosa, ainda que firme.

Sou meio indiferente à vida dos outros. Não sou curiosa. Aliás, acho que sou a pessoa menos curiosa que conheço. Isso não quer dizer que eu não ligue para o outro. Eu ligo. Só não me intrometo nem tenho curiosidade de saber o que o outro faz da vida dele.

Sou assim… E mais alguma coisa de que agora não consigo me lembrar. Mas acho que o principal é isso aí.

O que mais admiro em mim mesma? A inteligência.

O que mais me incomoda? A dispersão.

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