Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul parece ser o estado que mais eventos espíritas realiza.  Não sei se isso é verdade, mas fiquei com essa impressão. É o estado onde mais participei de eventos dessa natureza.  Estive em Porto Alegre, Caxias do Sul, Garibaldi e Torres.

Fui a Garibaldi, terra do vinho e dos vinhedos, fazer o lançamento de A Atriz, em fevereiro de 2009, junto com o meu filho.  A ida foi uma peripécia.  Meu voo atrasou umas cinco horas.  Quando cheguei, quase todo mundo já tinha ido embora. Foi uma pena.  Mas a recepção das pessoas foi ótima.  Todas muito calorosas e simpáticas. Levaram a gente para conhecer a cidade, que é uma gracinha. Senti até vontade de me mudar para lá.

Para completar, meu filho, que também é médium, deu de ver espíritos passeando pelos corredores do hotel.  Ficou apavorado.  Rezei com ele, mas o caso é que havia mesmo espíritos zanzando para tudo quanto era lado por lá.  Eles não tinham nada a ver com a gente; só estavam por ali, mas meu filho, que era criança na época, ficou com muito medo. Dormiu agarradinho comigo.

Pior foi a viagem a Caxias do Sul.  Apesar de ficar perto de Garibaldi, os eventos não foram na mesma época.  Quando fui a Caxias do Sul, um temporal atrasou os voos e fechou o aeroporto.  Descemos em Porto Alegre e pegamos um ônibus para lá, onde chegamos depois da meia-noite.  Alguém atirou uma pedra no ônibus, mas o motorista era experiente e não parou.  Disse que faziam aquilo para assaltar os passageiros.  Ainda bem que tivemos proteção e ninguém se machucou.

Mas a Feira do Livro valeu super a pena. Auditório lotado, muitos autógrafos, pessoas simpáticas. A cidade também é uma graça, bem como os gaúchos de lá (e alguma coisa no Rio Grande do Sul não é?).

Alguns dias depois, estava em Porto Alegre, com o Marcelo Cezar. Foi maravilhoso também.  Tinha muita gente na fila de autógrafos.  Deixei a máquina de retrato com o meu filho, que resolveu apagar uma foto.  Só que apertou o botão errado, e lá se foram todas.  Não apenas as de Porto Alegre, mas as de Caxias do Sul também. Coisas de criança, né…?

Ainda bem que, na palestra da noite, o auditório estava lotado e correu tudo às mil maravilhas.  Só que sem fotos, dessa vez…

Passaram-se alguns anos, e fui a Torres.  Caiu um temporal daqueles, com ventos que mais pareciam um tornado.  Era uma feira do livro muito bem organizada.  Dei entrevista para uma rádio local, conheci várias pessoas simpáticas, participei de alguns eventos.

A feira, de repente, foi esvaziando.  Por mais que eu percebesse a ventania, não me dei conta de que as pessoas estavam fugindo do temporal.  Na hora da minha palestra, que era a última da noite, já não tinha mais quase ninguém.  Só então eu soube que, quando venta por lá, todo mundo sai correndo, com medo de que seja um ciclone ou furacão.

Pois é…  Parece que os gaúchos desencarnados não gostam muito de mim, ao contrário dos encarnados.  Ou então, é o tempo que gosta de brincar comigo.  Nas vezes em que estive por lá, sem ser para lançar livros, foi tudo bem.  Estive em Gramado, Canela e Bento Gonçalves, e tudo correu às mil maravilhas. Acho que vou ter que voltar mais vezes, para tirar essa cisma…

Isso tudo é brincadeira.  O que fica de verdade é que os gaúchos sempre me trataram muito bem.  São super simpáticos e alegres.  Sem contar a terra, que é fantástica. Adoro tudo o que vem do Rio Grande do Sul.

Tanto isso é verdade que eu, que não sou lá muito ligada em novela, amei Além do Tempo. Tudo bem que foi uma novela muito bem trabalhada, a começar  pelo roteiro espírita. Mas não foi só. A reconstitução de época, a cidade fictícia, os figurinos… Tudo muito lindo. Os atores, então, dispensam maiores comentários. Arrasaram.

Agora, o melhor de tudo foram as locações, os vinhedos, a cultura gaúcha. Ou seja, o próprio Rio Grande do Sul, quase um personagem independente na história.

A primeira vez que estive por lá foi há muito tempo, em 1987, e eu ainda estava na faculdade.  Foi inesquecível. São dessa viagem as fotos que ilustram esse post (menos a do trenzinho aí de cima, no qual só fui andar muitos anos mais tarde). Nossa, como eu era novinha!

 Bombachas, folclore, churrasco (naquela época, eu ainda comia carne), a música, a dança, as prendas…  Sem contar a beleza da serra, que me deixou à beira das lágrimas.  Os gaúchos, por si sós, uma grande atração, com suas roupas típicas, a cuia do chimarrão e um sotaque cantado, pra lá de gostoso.

Sério, gente, acho que tive alguma encarnação por lá.  Talvez só isso explique a admiração que tenho por aquela terra.  Ou então, foi influência do Érico Veríssimo.  Já li O Tempo e o Vento três vezes.  Vai saber…

As lembranças que guardo de lá são muito boas. Pretendo voltar assim que der, dessa vez para conhecer a região da novela, que tamto me encantou, principalmente o cânion Itaimbezinho. Poucos lugares que vi me impressionaram tanto. Exemplo de Gramado, que defini como uma cidade de sonhos…